Correnteza de incertezas

As águas são turvas

margens bem largas

Inexistência de curvas.

Minha densidade

às vezes muda

e quase sempre me afunda,

O fundo está sujo

Um absurdo,

mas aqui tem de tudo.

Parece um mangue

Raizes e troncos

me arranham e

às vezes sangro.

Ansioso pela foz,

parece ser no mar,

pois às vezes,

sinto à boca salgar,

frequentemente erro,

Lágrimas insistem

em me enganar

Às margens

me atraem

Mas já não as alcanço

Tentei quase tudo

Mas atualmente,

rapidamente canso.

A correnteza é muito forte

Leva até o que não pode

Os períodos de calmaria,

Com o passar dos dias,

Tem sido reduzidos,

Aqui é muito quente

e invariavelmente, úmido.

Se no mar chegar

Sei que as coisas vão piorar

Por isso tanto faz,

naufragar na

nascente ou na foz!

Marcelo F Carmo