top of page

Quem me leva os meus fantasmas?

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 11 de dez. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de mar. de 2020


Recebi a indicação dessa canção, de mesmo título, do meu amigo Bitão, linda e profunda, interpretada por Maria Bethânia (fica a dica) segue o refrão:

“Quem me leva os meus fantasmas?

Quem me salva desta espada?

Quem me diz onde é a estrada?”

(Poema de Pedro Abrunhosa)

A partir do momento que começamos ter um entendimento da vida, mesmo muito pequenos, já enfrentamos nossos “fantasmas”, no início são aqueles pequenos medos de quem tem um mundo todo à ser apresentado, nessa fase da vida, muitas vezes, quem nos salva dessa “espada”, afugenta os “fantasmas” e nos direciona de volta à “estrada”, são nossos pais, heróis genuínos. Fui privilegiado, meus heróis puderam me livrar de quase todas espadas, passei ileso, nem todos têm essa chance, vejo relatos e mais relatos de crianças vivendo fantasmas terríveis e seus heróis de mãos atadas, sem nada poder fazer para livrá-los das espadas (doença, dificuldade financeira, fome, violência, etc) que a vida apresenta.

Já na fase adulta, muitas vezes, trouxe esses fantasmas para minha vida e a capacidade de amedrontar e desestabilizar, às vezes esteve diretamente ligada às minhas escolhas. A vida seguia, hora ou outra um fantasma aqui outro ali, ferimentos profundos e outros superficiais, mas a “ferida” cicatrizava o fantasma ia embora, de volta a estrada da vida.

No ano de 2014 me deparei com um fantasma sem precedentes, um golpe de espada que “adentrou” o Sistema Nervoso Central e por lá tem destruído, dia após dia, Neurônios Motores, parte do corpo humano pouco conhecida, mas fundamental à uma vida plena. O mapa que conhecemos não pode me trazer de volta a estrada. Perguntas sem respostas em minha vida (primeiro verso da canção):

“De que serve ter o mapa se o fim está traçado,

De que serve a terra à vista se o barco está parado,

De que serve ter a chave se a porta está aberta,

Pra que servem as palavras se a casa está deserta?”


Marcelo F Carmo

21/09/2018

Posts recentes

Ver tudo
Furacão chamado ELA

Os norte-americanos têm esse hábito de nomear furacões com nomes femininos. Por aqui — Brasil — o furacão que me pegou recebe o pronome...

 
 
 
Um mijão em apuros

Sou realmente um fanfarrão, já não fico falando na morte pois não posso mais falar, mas ainda escrevo muitíssimo sobre ela. Ontem tive...

 
 
 

Kommentit


© 2023 por Armário Confidencial. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page