Hoje ouvindo uma canção do Charlie Brown Jr. de mesmo título, passei a refletir sobre as “pontes de amizade” criadas ao longo de uma vida, esse trecho em especial me chamou atenção: “Quem é de verdade sabe quem é de mentira...”
O tempo é o bem mais precioso que temos, pra fazer algo que amamos, estar com pessoas amadas, andando sem rumo por aí e até no trabalho, que muitas vezes nos sufoca e frequentemente reclamamos. (Fica a dica: não reclame, ser tirado dessa rotina dói demais). Tratando-se de algo tão valioso e especial, dedicar tempo as pessoas, mostra-se um grande ato de amor, por isso amizade e tempo são termos recorrentes. Durante 40 anos acreditei ter construído muitas “pontes indestrutíveis” por onde passei; trabalho, família, igrejas, esportes e etc, muitas vezes me sentia o “engenheiro” das pontes de amizade que surgiram nessa vida, minha esposa, muito cautelosa, sempre me alertava dizendo: “Essa ponte não suporta o primeiro abalo, é só conveniência, no primeiro tremor desaba”. Ela estava, parcialmente, certa, quando as portas da boa saúde se fecharam em 2014, as dificuldades foram aumentando e o número de pontes diminuindo, grandezas inversamente proporcionais, matemática aplicada à vida. O rompimento dessas pontes não depende do núcleo que ela foi construída, família, igreja, boteco, etc; são equivalentes. Dogmas, doutrinas e costumes não cultivam compaixão e solidariedade. A ponte é uma via de mão dupla, se um dos lados não efetuar a manutenção, torna-se intransponível, uma ponte com o trânsito unilateral não se sustenta, está fadada ao colapso.
Pra minha sorte algumas dessas pontes tem resistido, aprendi valorizar quem sempre esteve próximo e muitas vezes não eram vistas como uma ponte indestrutível, esses fracassos permitem apropriar-se desse trecho da canção:
“Quem é de verdade sabe quem é de mentira...”
Hoje sei! Aprendendo com as pontes que não ruíram. Concluo com mais um trecho da canção:
“Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura.
Só o amor constrói pontes indestrutíveis...”
Marcelo F Carmo