Perto de Marte
- Marcelo F Carmo
- 19 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jul. de 2021

Inúmeras vezes já escrevi sobre esse mascaramento e utopia disseminados pelas mídias atuais. Acordei desse sonho um pouco antes da atual pandemia (2020). Temos a superficial ideia de uma ciência médica combativa e eficiente ante aos males apresentados pela vida. O que se mostra uma ilusão, de início pensei que o grande impasse estava no sistema nervoso central, o relógio blindado que rege a existência humana, uma vida plena e independente. Mas à medicina navega raso diante da profundidade e complexidade do organismo humano. Hoje vivemos uma pandemia, e a globalização que por muito tempo almejamos como uma ponte para trocar boas experiências e riquezas, mostra ser um grande problema. Não existem conexões sem riscos.
Não dá pra pensar nessa pandemia sem analisarmos à pressão econômica que tudo isso causa. A importância que nos é dada está muito mais ligada ao nosso CPF do que RG. Numa sociedade baseada em consumo, perder consumidores, ainda é mais letal, para economia global, que qualquer um COVID que possa surgir. Não! — surgir não seria o termo mais adequado —, aqueles que o ser humano, com seu sentimento superior e de dono do mundo, arruma para à espécie. Esse novo coronavírus (existem quatro catalogados anteriormente) é fruto da devastação humana, isso mesmo, o homem que está no topo da cadeia alimentar. Por muitos anos na Ásia, se alimenta de um animal chamado pangolim, uma iguaria para os mais abastados financeiramente, já ouviu falar de caviar? Pois é isso, o pangolim é o caviar em muitos países asiáticos. Desse consumo voraz e desnecessário —- faz-se o cenário que surge, ou melhor o homem “arruma” o novo coronavírus —, esses animais em contato com morcegos e o humano como predador rei, resultou nisso tudo (na dúvida pesquise canal Buenas Ideias do historiador Eduardo Bueno).
E nesse balaio de pandolins, morcegos e humanos, e graças a almejada globalização e eficácia do transporte aéreo, que estamos expostos a isso tudo.
O homem que já lançou veículos não tripulados para Marte. Hoje não têm condições de enfrentar um dos vírus, entre os inúmeros que estão pelo nosso planeta, de uma forma minimamente segura. Este é, só mais um exemplo dá utópica medicina que acreditamos ter à nosso alcance.
Dependendo de onde o câncer brotar, os neurônios falharem, à coluna vertebral desconectar e tantas outras formas de dar errado — pode acreditar que, às possibilidades de uma reversão —, estão bem, mas bem mais distantes de uma fantasiosa e improvável viagem à Plutão, do que se imagina. Estamos anos-luz atrasados.
O mesmo homem que manda um robô à Marte, não tem como travar um embate leal com o vírus da morte.
“A ciência será sempre uma busca, jamais uma descoberta.
É uma viagem, nunca uma chegada.”
Karl Popper
Marcelo F Carmo http://wix.to/NMAmCSI
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