A beleza dos batons, lábios finos, lábios carnudos, bigodes sutilmente aparados, barbas esculpidas, barbas aparadas, peles macias e peles esburacadas. Nada disso tem mais sentido, foi tudo — pelo vÃrus — varrido. Agora o que temos é um grande pelotão de mascarados. Mas o desnivelamento social segue estampado nas caras — agora mascaradas. As máscaras que mascarariam as diferenças que estão — e sempre estiveram — na cara. Seguem mostrando — agora pelas máscaras fashion — quem é que pode desfilar tranquilamente por aà exibindo suas lindas máscaras, protegidos — supostamente —pelos vidros e o conforto do ar condicionado de seus carros. Tá tudo mascarado, crianças, velhos, jovens, ricos, pobres. Máscaras do rei leão, máscaras de caveira, máscaras de máscaras, máscaras de time de futebol, os mascarados seguem por todos os lados.
À verdade é, quando a vida está ameaçada, à vaidade — parcialmente —perde seu grande poder de direcionar nossa existência. Por enquanto, os olhos ainda seguem visÃveis — e eles muito falam —, mas a vida segue com sua grande capacidade de surpreender — e na maioria das vezes pra pior—, portanto é bom aproveitar para piscar!
Quem sobreviver, terá uma preocupação a menos, pois num mundo de mascarados, quem tem um olhinho bonito é rei! Um mundo despreocupado com a feiúra alheia — quem viver verás! parcialmente é claro.
Marcelo F Carmo