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IluZão

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 11 de dez. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de mar. de 2020


No ano de 1994 o carro do ano era o modelo Vectra da Chevrolet, depois de varias reconfigurações, hoje fora de linha, o celular de ponta era o Nokia modelo 2100, que tocava ringtones, hoje peça de museu, o videogame lançamento PlayStation (1), o primeiro console da Sony que iria se tornar um grande sucesso de vendas, atualmente na quarta versão. Os bebês nascidos nesse ano, hoje com 24 anos de idade, se bons alunos já podem ser médicos residentes e quem sabe, até nos atenderam.

Usei toda essa nostalgia para falar de um medicamento que conheci a partir de 2014, quando diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, o Riluzol (disponibilizado na década dec1990, entre 1994 e 1995), único medicamento no tratamento de ELA acessível ao grande público. Nossa que notícia boa! Foi a minha primeira expressão, depois ao ler a bula e fazer uma pequena pesquisa, frustração e decepção. Como uma doença tão grave permanece refém de um único medicamento por quase três décadas? Um remédio cuja bula trata de uma sobrevida de 3 a 5 meses? Como assim? Nada aconteceu desde 1994 nesse núcleo da medicina? Hoje depois de 4 anos convivendo com esse fantasma, tenho feito questionamentos, porque até hoje temos esse medicamento caro e ineficiente ao nosso alcance? Vejamos: esse medicamento é, teoricamente, garantido pelo governo, um paciente em 5 anos utilizando uma caixa ao mês a um custo médio de R$1200,00, custa ao governo R$72.000,00, isso para um universo de aproximadamente 15.000 brasileiros , R$1.080.000.000, mais de um bilhão de reais repassados à indústria farmacêutica, isso sem trazer grande ou nenhum benefício ao paciente. Em uma época que tudo ao nosso redor está em constante evolução, a medicina nos oferecer apenas um medicamento da época dos “ringtones”, mostra-se um tremendo descaso e falta de investimentos em pesquisas sérias.

Riluzol uma iluZão, ultrapassado e ineficiente, só faz bem de verdade, aos Mercenários das licitações e seus aliados da milionária indústria farmacêutica.

Observação: o texto não tem como objetivo incentivar a desistência no uso do referido medicamento, trata de indignação e protesto baseados na minha experiência e pesquisas, tendo dúvidas, fale com o seu médico .


Marcelo F Carmo

29/09/2018

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