Foi lá na chácara da tia Aparecida —Vitápolis bairro quase rural em Itapevi SP — na década de 80. Fui apresentado a uma loureira, pé de louro, iguaria usada pra temperar o feijão, uma ou duas folhinhas de louro é suficiente pra uma panela de pressão lotada de feijão. Não atentei a proporção, colhi um saco — daqueles de arroz de 5kg — lotado de folhas de louro e levei pra minha mãe. Ela olhou assustada: “que isso menino? Ué mãe! pra temperar o feijão!” Foi aí que entendi, o louro era coadjuvante, o protagonista era e continua sendo o feijão, que, até hoje, não é tão simples de ser adquirido. Voltamos decepcionados, eu e o Beto, com o saco de louro pra jogar no mato — abundante naquela época.
Marcelo F cARMO