top of page
  • Foto do escritorMarcelo F Carmo

Escrito nas estrelas

Atualizado: 13 de jan. de 2021


Ah minha saudosa sexta série! Hoje o atual sétimo ano do ensino fundamental. De lá pra cá muita coisa mudou, mas continuam sendo crianças entre 11 e 12 anos, os atores principais dessa novela mexicana, transição da fase infantil para a adolescência, isso na teoria, pois na prática do dia a dia, não existe esta fronteira: Chiquititas e Rebeldes no mesmo capítulo.

Em 1985 éramos muito mais reprimidos, ainda vivíamos o final da ditadura militar. A escola era uma experiência um tanto opressora, tínhamos até uma matéria intitulada Educação Moral e Cívica. Aprendíamos todos os tipos de hinos: da bandeira, da independência, e o clássico hino nacional — este entoado de forma quase uníssona — sempre às quartas-feiras e em posição descansar (mãos pra trás e pés afastados).

Em uma dessas quartas pesadas de civilidade e patriotismo, nos rebelamos. A música de maior sucesso desse ano era; Escrito nas Estrelas, interpretada por Tetê Espíndola, para os padrões da época era um escândalo.

Durante uma dessas aulas chatas, cantamos um trecho da canção de forma uníssona e entusiasmada, com uma ênfase na palavra mais proibida:

“Signo do destino

Que surpresa ele nos preparou

Meu amor, nosso amor

Estava escrito nas estrelas

Tava, sim

Você me deu atenção

E tomou conta de mim

Por isso minha intenção

É prosseguir sempre assim

Pois sem você, meu TESÃO

Não sei o que eu vou ser

Agora preste atenção

Quero casar com você”

Depois deste TESÃO tão gostoso e libertador, fomos coroados com grande tensão. O professor levou toda à sala pra diretoria. Uma grande fila se formou na porta da sala da Dona Vilma, diretora da escola. Fomos severamente reprimidos, pois geralmente, seres que têm tesão pela vida, não são muito compreendidos pela sociedade opressora e seguidora de regras, ainda mais em uma escola em 1985! E nossa diretora nem imaginava os caminhos musicais que esse Brasilzão teria pela frente. Saudades Tetê!

Marcelo F Carmo

26 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Qual a chance de dar errado?

É inevitável não ter feito esta pergunta, em algum momento da vida. Mas viver é conviver com a hipótese esmagadora, que em algum momento, vai dar errado! O certo e o errado, são conceitos pessoais, e

bottom of page