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  • Foto do escritorMarcelo F Carmo

Deus, eu e a maconha

Atualizado: 13 de fev. de 2021


Como entender esses dogmas religiosos e tradições morais com sanidade? Vou deliberar algumas dessas questões, se segure nesta conexão e reflita comigo. Sempre fomos ensinados a nos afastarmos das drogas, primeiro por ser contra à lei, depois porque vicia, faz mal e tem o peso religioso, pouquíssimas religiões tratam essa questão abertamente. Particularmente, sempre estive perto de ser um cristão, no inicio católico, por imposição de minha mãe e já adulto, fui direcionado, pelas angústias inexplicáveis da vida ao protestantismo. Nessa pequena trajetória de quatro décadas me mantive totalmente avesso ao uso de substâncias entorpecentes, por convenções sociais e muitíssimo por meu entendimento religioso, já tinha tantos desacertos que esse dava pra ficar longe, um ‘pecado‘ a menos no meu rol de “cagadas”. Resumindo, drogas não combinavam com o perfil cristão que por décadas persegui. Mesmo deixando minha inteligência, às vezes, me alertar que se tudo foi criado por Deus, às substâncias entorpecentes orgânicas também!

A vida foi passando, casamento, profissão e filhos, acreditar no que acreditava, parcialmente, estava dando certo, bola pra frente. Foi nesse momento, de aparente calmaria, que a vida embolou, descobri não querendo descobrir, que havia algo de errado comigo e não seria possível reverter e nem tão pouco controlar sua devastadora evolução. Estava meio firme com minha fé e nisso me apeguei, nesse período mudei de seguimento religioso, fui pra uma igreja mais conservadora em costumes e métodos, de supostamente, falar com Deus, estava desesperado e acreditava que minha doença era um castigo por meus ‘pecados’. Segui por lá enquanto foi possível — Deus não falou comigo nenhuma vez, mas tinha gente por lá com muita intimidade, semanalmente Deus os escolhia, sem muitos ressentimentos, não tenho nada de especial pra tais conexões. Mas ainda guardo alguma reverência, mesmo estando agnóstico, pode perceber que ainda uso letra maiúscula para me referir à Deus, e também uma hierarquia no título, respeito ou medo? Não sei, acho que sou um covarde inseguro.

A situação tem piorado significativamente, e o pseudo-cristão que acreditei ser, já não está mais por aqui, faz tempo!

E agora à medicina tem oferecido — para pacientes com dores crônicas — um medicamento derivado da maconha! Como entender essa substância orgânica, criada por Deus, que já foi vista como uma maldição, agora, passa ser uma “benção”?

Esse é o começo do meu desentendimento, com às escolhas espirituais — que tentei me abrigar — e pra mim o abrigo falhou, sigo perdido, hoje um agnóstico vivendo um momento caótico. Deus, eu e a maconha, seguimos numa Torre de Babel, total desentendimento. E agora Marcelo? Como defender-se deste — cruel — flagelo?


Marcelo F CARMO

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