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De onde vem?

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 26 de mar. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de out. de 2020


Escrever uma crônica é como fazer uma viagem numa floresta inexplorada, os caminhos que virão, só se tornam visíveis ao percorrer-se o caminho. Hoje parti para a floresta com esta pergunta na bagagem; de onde? De onde virá uma inspiração? Qual será o caminho de hoje? — e já começo enxergar algumas palavras. Vou segui-las, e não é intuição, trata-se apenas da ausência de opções. Já vejo a pergunta completa: “de onde vêm toda essa ilusão de que somos especiais para o criador?”

Não tenho como voltar, essa floresta só permite seguir adiante, já vejo outras indagações, parece um caminho, seguirei, veremos o rastro das palavras ao final desse percurso, talvez valha a pena seguir lendo até o final, talvez não!

Partindo da primeira pista, sigo me perguntando; como que, diante de um problema dessa magnitude, um ser segue alimentando um sentimento individual (em primeiro lugar) e coletivo (para os de seu rebanho) que o mundo todo segue em colapso, mas pra ele e sua turminha haverá um tratamento especial, por parte do administrador deste caos?

Hoje me parece de um egocentrismo e insensatez descabidos para natureza humana. Mas confesso que, também, já tive pensamentos semelhantes, não tive a oportunidade de testá-los em sofrimento e angústias tão profundas, vou explicar; às coisas pra mim azedaram em 2014, depois de ser diagnosticado com uma doença neurodegenerativa, levei aos trancos e barrancos até julho de 2017, de lá pra cá iniciei minha quarentena que só terá fim com o meu próprio fim. Mas aí você vai me perguntar; esse sofrimento e angústias não foram suficientes pra testar seus pensamentos? Não!— pois nesta fase esses pensamentos e sentimentos de um ser especial; imprescindível para o criador, já tinham naufragado em meus males. Achei que não veria ondas ainda mais avassaladoras. Mas, novamente, fui surpreendido pelo caos. Não se encaixa no meu cenário e da maioria da humanidade, a ideia de uma causalidade. O que enxergo é o caos generalizado. No final desse caminho obscuro e imprevisível, o que vejo é o caos. Não é uma regra geral, faz parte da seleção natural da espécie humana. Uns ficarão pra escrever a história. Não é uma escolha, trata de uma oportunidade. Já vejo o fim do caminho, vejo a última palavra: C-A-O-S.


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