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  • Foto do escritorMarcelo F Carmo

Cheiro de terra

Atualizado: 16 de fev. de 2021


No canto esquerdo

tinha um pé de limão

e alguns de cana.

Ainda à esquerda,

perto do meio

Um abacateiro,

que fazia sombra

em quase todo terreiro.

No início da chuva

Subia aquele cheiro

Cheiro de terra molhada,

terra que em breve viraria

um barreiro.

As gotas iam se juntando

E um pequeno riozinho

ia se formando,

Para os adultos enxurrada,

para uma criança

o rio que as formigas nadavam.

As formigas sofriam conosco

Brincávamos com elas

de quase tudo,

Tinham as saúvas e uma que chamávamos de mexicana,

Era rápida como o Ligeirinho.

No final do dia

minha mãe varria tudinho,

Amontoava nosso universo de terra, em um cantinho.

Bolinha de gude

Era uma brincadeira rude

A unha do polegar afundava,

Buraco não era buraco,

Era Buca!

Construí-la!

Uma grande aventura.

Furinho na terra

Um pouquinho de água

Calcanhar posicionado

E aquele giro de bailarino,

me sentia o dançarino.

Nossa imaginação não era limitada pelas físicas limitações, dos muros e cercas.

Não há limites para imensidão que habita nossa ilimitada imaginação.


Marcelo F Carmo

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