Cheiro de terra
- Marcelo F Carmo
- 17 de dez. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 16 de fev. de 2021
No canto esquerdo
tinha um pé de limão
e alguns de cana.
Ainda à esquerda,
perto do meio
Um abacateiro,
que fazia sombra
em quase todo terreiro.
No início da chuva
Subia aquele cheiro
Cheiro de terra molhada,
terra que em breve viraria
um barreiro.
As gotas iam se juntando
E um pequeno riozinho
ia se formando,
Para os adultos enxurrada,
para uma criança
o rio que as formigas nadavam.
As formigas sofriam conosco
Brincávamos com elas
de quase tudo,
Tinham as saúvas e uma que chamávamos de mexicana,
Era rápida como o Ligeirinho.
No final do dia
minha mãe varria tudinho,
Amontoava nosso universo de terra, em um cantinho.
Bolinha de gude
Era uma brincadeira rude
A unha do polegar afundava,
Buraco não era buraco,
Era Buca!
Construí-la!
Uma grande aventura.
Furinho na terra
Um pouquinho de água
Calcanhar posicionado
E aquele giro de bailarino,
me sentia o dançarino.
Nossa imaginação não era limitada pelas físicas limitações, dos muros e cercas.
Não há limites para imensidão que habita nossa ilimitada imaginação.
Marcelo F Carmo
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