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  • Foto do escritorMarcelo F Carmo

Meu Apólogo

Atualizado: 11 de set. de 2020



É! - até no universo dos objetos uns são desfavorecidos em sua existência. Hoje fui afrontado pelo meu smartphone:

- Por que fui escolhido para estar com você?

- Hã! - respondi atônito

- É isso, eu um iPhone de ponta, fabricado para tirar belas fotografias, fazer e receber ligações e outro tantão de coisas, porque estou aqui com você nessa rotina tediosa, cama, sala, banheiro e às vezes cozinha? Enquanto outros iPhones que “nasceram” comigo estão fazendo intercâmbio na Austrália? Fazendo selfies em lindas praias da Indonésia? Tocando funk nos bailões das 17’s?

- Deve ter um propósito! É isso que tenho ouvido de meus semelhantes!

- Vou dar um Google pra entender esse papo de propósito;- Tá aqui: ‘intenção (de fazer algo); projeto, desígnio.’ Intenção de quem? Quem está por trás desse projeto?

Foi aí que um silêncio interrompeu nosso embate, ele com seu fenomenal processador, também não conseguiu processar minha dor. Não há processador que processe esse nível de dor. Tentei retomar a conversa:

- Viu iPhone! Até pouco tempo atrás, acreditei no projeto e nos desígnios de um criador para modelos como eu, tem até umas semelhanças com o seu! Nomes com quatro letras.

- Hã! Melhore esse argumento.

- Pois é, tinha essa ilusão de um controle e que tudo estava no roteiro.

- O meu processador e minha memória RAM não conseguem buscar ideia tão ingênua e improvável! E tão pouco o porque de, num universo de milhões e milhões de iPhones, eu cai por aqui?

- É querido! Se você com toda essa memória não entende, eu muito menos, você tem um bom relógio. O que posso lhe dizer; use-o pra esperar o tempo passar. Você ainda tem o seu Jobs pra se apegar, eu já não tenho mais nem isso!- encerramos nosso embate com o meu último pedido: - Toca uma boa música pra nós no Spotify que é o que temos.

Rapidamente meu companheiro indignado respondeu com esta canção: “Eu não sei na verdade quem eu sou - O Teatro Mágico.” Depois de ouvir a canção o que me restou foi responder:

- Eu também não!



Marcelo F CARMO

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