Digo que não! E para isso vou usar meu frágil conhecimento matemático que consegui ‘absorver’ em minhas experiências educacionais — seis semestres cursando engenharia mecânica, conclusão do curso de licenciatura em matemática (com quase 100% das matérias aproveitadas da engenharia) e os demais cursos pós graduação. Dessa vivência, observo com particularidade as funções exponenciais — não lembro ter aprendido em nenhum dos níveis, aprendi pela necessidade profissional. São dedicadas tantas e tantas aulas às funções polinomiais de segundo grau ou funções quadráticas — nono ano do EF e primeiro ano do EM — e para as funções exponenciais sobra só uma pincelada no final do curso e sem nenhuma profundidade.
A natureza que não respeita nenhuma grade curricular, trás a tona uma pandemia que tem um modelo matemático exponencial para interpretar seu desenvolvimento. E agora o que faremos com nossas abscissas, ordenadas, raizes, vértices e parábolas?
Como dizia Rubem Alves: “Enquanto as escolas forem norteadas por grades curriculares, estarão cada vez mais próximas de gaiolas. Pássaros que não sabem voar, querem ser estimulados a voar e não serem convencidos à aprender viver em gaiolas.”
Que esta pandemia — ao menos — traga transformações relevantes no campo ressecado da educação fundamental, pois tendo-se uma base sólida, aprendesse à aprender.
O exemplo do ensino de funções matemáticas é só uma pequena fração daquilo que poderá ou não nos fazer falta — em nosso desenvolvimento cognitivo — dentro do universo inalcançável daquilo que nos será fundamental ou não!
Marcelo F Carmo