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O diamante e o carvão

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 6 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de mar. de 2021


Não vou me calar ante essas atrocidades que tenho ouvido e assistido desse governo hipócrita e de seus aliados espúrios. Hoje o presidente do Brasil, novamente, falou uma porção de merdas em sua aparição. E para piorar, veio acompanhado de um pastor evangélico — como assim seu Jair? Suas crenças pessoais, são pessoais! — o Estado é laico —, o seu egocentrismo vai levá-lo à ruína! Acreditar que um deus lhe escolheu para presidente do Brasil é uma coisa! — agora, afirmar que seu deus vai dar um tratamento especial aos brasileiros, ante esta pandemia, é uma ignomínia — o que não é nenhuma surpresa —, pois o que esperar de um ignóbil!

Lendo o livro de Nietzsche - Assim falou Zaratustra, em um de seus discursos Zaratustra usa esta metáfora para ilustrar o porque de não se calar ante às falácias pseudo-espirituais a que — frequentemente — somos expostos:

“Por que tão duro?”, falou uma vez o carvão para o diamante;”pois não somos parentes próximos?”

A dureza do diamante é o ceticismo ante às miraculosas explicações e justificativas para o caos que é a vida. Nós somos parentes próximos, isso mesmo, da mesma espécie, mas já não partilhamos da mesma visão sobre nossa existência (não somos tão especiais assim!). Por isso é que vós têm me julgado tão duro. Eu vos entendo, é muito mais confortável ter a consistência de carvão, um mineral bem mais suscetível a mudanças de forma, o diamante é endurecido por altas pressões, e esta dureza toda, tem sido construída ante a muita dor — pressão que espreme vivo — o que invariavelmente dói muitíssimo. Por isso tenho estado um diamante, tenho sido duro com as palavras — “Mas me entendam ó meus parentes tão próximos, neste nível de dureza, não há como recuar!” — Assim vos falo meus leitores.

Zaratustra segue com seu discurso: “Coloco por cima de vós, meus irmãos, esta nova tábua de lei: tornai-vos duros!”

A pressão que a vida tem lhe imposto, tem lhe aproximado do carvão ou do diamante?


Marcelo F Carmo

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