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Brasileiros ratos ou ratos brasileiros?

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 23 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

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Ontem vendo meu canal predileto no YouTube: Canal Buenas Ideias — Eduardo Bueno —, no episódio “Oswaldo Cruz morreu! Mas antes...”é narrada a virtuosa história desse grande sanitarista brasileiro. Quero tratar de uma das pestes enfrentadas no final século XIX. A peste bubônica e como o comportamento — imoral — de alguns brasileiros pouco mudou — mudou-se a peste, mas a ‘peste’ do querer se dar bem em tudo, segue enraizada.O temor da invasão pela peste, no Brasil, confirmou-se quando, em outubro de 1899, a peste bubônica chegou ao porto de Santos. O segundo porto em importância no país, na cidade paulista de Santos, foi a porta de entrada da epidemia de peste, que assolou várias cidades brasileiras, no início do século XX.

No início de 1904, quando a campanha da febre amarela começava a dar os seus primeiros resultados, Oswaldo Cruz desencadeou uma nova luta: o combate à peste bubônica. Das três grandes campanhas que comandou no Rio de Janeiro como diretor de Saúde Pública — a terceira seria a da varíola —, a da peste foi a que enfrentou menos resistências. Afinal, quase ninguém mais contestava que a doença era transmitida pela picada de pulgas infectadas por ratos contaminados pela bactéria Yersinia pestis. A essa altura, a soroterapia e a vacinação contra a enfermidade já estavam também estabelecidas.

Além de promover a vacinação dos moradores das áreas mais infectadas, Oswaldo Cruz utilizou-se da notificação compulsória para garantir o isolamento dos doentes e o seu tratamento com o soro fabricado no Instituto Soroterápico Federal. Ao mesmo tempo, promoveu ampla campanha de desratização em toda a cidade. Os funcionários destacados para a missão eram obrigados a apresentar pelo menos 150 ratos por mês, sob pena de serem demitidos. Os que conseguiam ultrapassar a cota recebiam uma recompensa de trezentos réis por animal abatido. A Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) também instituiu a compra de ratos: para cada animal morto apresentado, pagava-se a quantia de duzentos réis. Como qualquer pessoa estava autorizada a vender ratos para o governo, logo surgiria uma nova profissão na cidade: a dos ratoeiros — indivíduos que corriam as ruas comprando ratos a baixo preço, para depois revendê-los à DGSP. Houve até quem se dedicasse a criar roedores em casa com essa finalidade. E não faltou quem fosse buscá-los em outras cidades. Em pouco tempo, o ofício de ratoeiro se transformou em num grande negócio.

Agora 2020, passaram 116 anos, a peste agora é outra — Covid 19 — não temos a oportunidade de buscar o vírus em seu berço — os ratos como na peste bubônica. Para o coronavírus os berços não são visíveis, mas isso não nos livra das ratazanas. Hoje elas tem atuado no mundo virtual — brasileiros que falsificam documentos para receber o auxílio do governo de R$600,00; destinado á brasileiros que estão sem renda —, a ‘peste’ de querer se dar bem, independentemente de quem esteja sendo lesado, segue sendo transferida de geração em geração. O cúmulo da falta de vergonha na cara! Ontem receberam o auxílio do governo em nome do filho do jornalista William Bonner! Os ratos seguem presentes na história do país — sendo negociados ou naturalmente negociando pela internet e em reuniões ministeriais.


Marcelo F Carmo


Bibliografia:oswaldocruz.fiocruz.br

Canal Buenas Ideias YouTube — Eduardo Bueno

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