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Ô que vergonha!

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 24 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Não sei se existe esse ser que aprendi chamar de deus. Hoje já não tenho nenhum pudor pra escrever — com letra maiúscula — ou manter qualquer reverência superficial e hipócrita. Mas hoje tive lapsos de memória e fiquei até com vergonha, levando em consideração à hipótese de que eu esteja equivocado e realmente haja um ser superior. Nesta hipótese, tenho vergonha e acho que não seria perdoado por ele. Primeiro foi o tal do catecismo, que perda de tempo; depois inventei de ser crente, que tragédia, teve um tal de discipulado, casais que se reuniam para se meter uns nas vidas dos outros — em nome de deus — e no final aquela oraçãozinha, olhos fechados e mãos dadas, quanta ilusão! — minha análise é parcial mesmo, quero destacar a ausência de uma verdadeira intervenção celestial induvidável, o que nunca, em minhas experiências, aconteceu —; e tem à última, me envolvi numa turminha que cultivava um deus muito machista que só falava com homens e tinha que estar de terno. Um deus tão parcial que só aceita músicas tocadas exclusivamente por homens, mulher só de coadjuvante tocando órgão. Mesmo diante de sinais tão óbvios — algumas aflições nos cegam — perdi e fiz pessoas que me amam perderem tempo ouvindo uma enxurrada de besteiras.

Fica registrado meu desabafo e um pedido de desculpas, primeiro; ao ser superior — se ele existir e com muita sorte entender língua portuguesa de tão baixo nível quanto à minha — e em seguida a todos que, em algum momento, embarcaram nessa ilusão comigo — por carinho, amor e solidariedade —, mas afinal desperdiçaram o bem mais precioso e inadiável; o tempo vivido. Valeu turminha!


Marcelo F CARMO

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