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Óleo nos olhos

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 7 de mai. de 2021
  • 1 min de leitura

Óleo nos olhos!

Quando durmo,

Coloco minha máscara de mergulho.

E desço às profundezas

Não vejo com muita clareza,

Pois quanto mais desço

Menos luz e mais incertezas,

quem domina por aqui é o medo.

Pode não parecer,

Mas a água é poderosa,

Converge à luz devagar,

Deixando escuro o fundo do mar.

Hoje não desci tão fundo

Mas logo, tudo ficou escuro

Olhei pra cima e

o Sol ainda estava lá!

Não entendi à repentina escuridão

Aí olhei com mais atenção

E vi densas manchas de óleo

vagando pela imensidão.

Óleo nos meus olhos,

óleo que não tem dono,

óleo sem nacionalidade,

águas de ninguém,

águas internacionais,

ou seja, “terra” sem dono,

Ops, terra não!

Água que não é de ninguém.

Quase não acreditei,

novamente olhei e constatei:

Óleo grudento, gruda na pele,

cega os olhos,

à simbiose do Venom.

Aí fiquei na dúvida:

Subir e me lambuzar

num óleo que não sei como limpar?

Ou descer mais fundo

e ser vítima do mar profundo?

A sujeira e descaso humano

Poluem meu subconsciente,

Há momentos que ficamos sem saída.

Isso torna à experiência da vida,

Uma constante e inútil tentativa,

De uma curta ou longa vida

Esquivando-se da realidade sofrida.

Ó maldita vida iludida!


Marcelo F cARMO





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