À minha cota

“Depois dessa ventania o temporal

Fez da nossa vida um mundo desigual”

Hoje ouvindo esta canção da banda Catedral, que inicia com este verso, veio à tona uma retrospectiva das grandes lutas enfrentadas — diretas ou indiretamente — nesses quarenta e tantos anos, em um período da vida acreditei estar encarando à cota de sofrimento destinada à minha vida, estava redondamente enganado, essa “distribuição” não obedece nenhum tipo de regra entendida ou explicada por nada ou ninguém. Em conversas com pessoas que vivem a mesma angústia vejo que não sou o único a vivenciar tais experiências, é desgraceira pra todo lado.

A única previsão da vida, é que ela segue imprevisível. Depois de dias ruins — pra não alarmar demais, usarei esta classificação, mas cada um classifica de acordo com suas angústias — à chance deles continuarem ruins tem sido à realidade para muitos. O que se espera depois de uma grande e devastadora ventania é a calmaria! — mas o que a vida tem entregado é um — ainda mais— intenso e devastador temporal, que tem o seu tempo de duração personalizado, mas o resultado final é igual para todos — os afetados. Devastação e sólida solidão.

Marcelo F Carmo

14/11/2018