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Vivendo em outro corpo

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 12 de dez. de 2019
  • 1 min de leitura

Atualizado: 9 de fev. de 2021


Essa é uma pauta contemporânea, varias circunstâncias podem levar o ser humano a não se identificar com seu próprio corpo, vejamos alguns exemplos: pessoas que são transgêneros, nascido em um corpo diferente de sua orientação sexual, lutam por mudanças físicas e sociais; pessoas de idade avançada, que por sorte ou fatores genéticos, estão com 70 e tantos anos e ainda conseguem manter-se ativos, conhecidos como — “70 com corpinho de 50!” — às vezes felizes com o que a vida lhes propõe, outras não, tem gente que reclama de tudo.

Respeitando as dores, angústias e também as alegrias por cada um vividas, me permito traçar um paralelo com um grupo menos privilegiado, o dos portadores de Doenças dos Neurônios Motores DNM, essa doença é tão devastadora, que num intervalo de poucos anos, ELA converte um corpo humano saudável em um corpo detonado de uns 150 anos (se fosse possível essa longevidade). Um exagero? Claro que não! Uma realidade difícil de transcrever, o corpo que sobrevive a essa doença pouco a pouco é aniquilado. Permanecem as funções cognitivas com sua respectiva idade cronológica, tentando comandar um corpo devastado e gradativamente alheio a esses comandos — um navio em que o comandante perde o controle do leme — estamos à deriva, vivendo em corpos que pouco a pouco vão deixando de ser nossos, navios fantasmas navegando pelo mar da vida — única e exclusivamente — pelo amor e solidariedade das esposas, maridos, companheiros, companheiras, mães e filhos, que optaram, por amor, tentar fazer desse naufrágio, o menos traumático possível.

Marcelo F Carmo

04/10/2018




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