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  • Foto do escritorMarcelo F Carmo

Sonhos

Atualizado: 27 de abr. de 2021


Um menino e um jovem sonhador, assim me defino até vinte e tantos anos. Já na primeira infância sonhava em ser astronauta, policial, bombeiro, motorista de ônibus de viagem (viação Motta), ter um jipe igual ao do meu avô (com aqueles bancos paralelos atrás). O único sonho concreto na infância, era o sonho feito pela minha mãe, era uma delícia, um pãozinho frito, polvilhado com açúcar e farinha e com um delicioso creme de baunilha. O sonho da minha mãe, era meu sonho concretizado. Já na fase adulta meus sonhos caíram um pouco de qualidade, tanto os doces como os não tão doces. Sonhava ganhar na loteria, sonhava passar em um concurso público sem estudar, sonhava ser engenheiro, mas não tinha dinheiro pra faculdade pagar e nem tão pouco, habilidades cognitivas para numa federal entrar. Um sonhador compulsivo, depois de quebrar a cara diversas vezes, comecei ajudar meus sonhos estudando um pouco mais, fiz um curso superior, licenciatura em matemática, consegui pagar aos trancos e barrancos. Conclui em 2001 e em 2004 resgatei, parcialmente, dois sonhos de infância em uma tacada só, fui aprovado no concurso público para o cargo de GCM (guarda civil municipal), faz o trabalho semelhante ao da polícia militar, mas na época não era reconhecida como tal. Meu sonho de ser “polícia” foi contemplado, pra mim valeu. Ops! Já ia me esquecendo do segundo sonho, no município de Barueri, a GCM também é responsável pela Defesa Civil, órgão municipal que auxilia a PM e os bombeiros em ocorrências de resgate e salvamento, além da responsabilidade de gerenciar e previnir acidentes em áreas de riscos. Agentes da GCM que fazem um trabalho análogo ao dos bombeiros. Depois de um ano trabalhando no policiamento, fui transferido pra Defesa Civil, valeu pra mim também, segundo sonho; ser bombeiro, cheguei perto de novo. Num intervalo de 2 anos e 6 meses fui de policial à bombeiro estando na mesma instituição, invejosos e recalcados dirão: “Ah, mas GCM não é polícia! “- “Ah tá, o sonho era meu! Então pra mim valeu! “- minha resposta na lata.

Acabei sendo direcionado para a educação, pois foi a minha formação universitária, mas não sonhava ser professor, aconteceu e fiz com boa vontade, me sentia útil em alguns momentos.

Mas nesses anos todos, o sonho que esteve sempre comigo, foi o sonho de padaria, com a qualidade do da minha mãe e os murchos da frente da estação de Jandira, esses seguiram ao meu alcance por muitos anos. Hoje saboreando um sonho, que chegou bem perto do que minha mãe fazia, despertei para meus antigos sonhos, os contemplados e os não.Tenho convicção que meus sonhos estavam baseados em ter para ser, hoje não penso e muito menos sonho assim, pois a vida tem mostrado, que a possibilidade de ser está entre os mais valiosos sonhos que um homem possa fomentar. Ser, é de um sabor único e sublime, ser é um sonho imensurável, tem creme da baunilha da independência e é polvilhado com virtudes. E esse ganha, até mesmo do sonho da minha mãe!


Marcelo F CARMO

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