Qual será à imagem?
- Marcelo F Carmo
- 9 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de nov. de 2020

A importância e a facilidade que as fotografias perderam e ganharam ao longo dos últimos séculos, pude acompanhar a principal transição, imagem analógica para imagem digital. Nasci em 1974, as câmeras fotográficas eram equipamentos raros entre os pobres — o meu caso —, por esse motivo tenho poucas imagens da infância e até mesmo da juventude. Quando tive minha própria renda, dediquei parte dela para capitar umas fotografias, mas era muito caro e imprevisível, tínhamos que comprar um filme fotográfico com número aproximado de fotos — 12,24 ou 36 poses —, posteriormente rebobinar esse filme — sem deixar uma nesga de luz invadir o interior da câmera — e levar a uma loja especializada para revelação. Aqui em Jandira era o Foto Veneza a loja mais procurada. Depois — de algumas horas de espera — abrir o envelope amarelo — e já no caminho — ir dando uma olhada nas fotografias, com à particularidade de dar mais atenção e importância nas fotografias que era eu o protagonista — visão de túnel —, não enxergamos os outros, só vemos a nós mesmos.
Lá pelos anos 2000 e pouco tive minha primeira máquina digital, e de lá pra cá à coisa deu uma acelerada e chegamos nos smartphones com excelentes fotografias. Já o acesso à internet foi mais lento: Orkut, Facebook, Instagram e outros, às imagens compartilhadas só aumentaram Hoje cada um tem o seu Google Fotos com milhares de imagens.
Fotografias lindas ou feias, tanto faz, todos os users por trás de cada perfil do Google Fotos vai morrer, essa é a única certeza universal — intransferível e inadiável. Portanto todos podem ser (des) homenageados com tais falácias! E qual imagem será escolhida para tais postagens hiprócritas que se multiplicam no Facebook ou Instagram quando temos um falecido — adepto ou não das redes sociais? Será que essa nossa fotografia já foi tirada? E a legenda? Pior que a foto só a legenda! aquelas legendas toscas! —“está nos braços de Deus!” ou “descansou foi pro céu!” — Pô galera! Pega mal essas falsidades, até à deputada Flordelis — mandou matar o marido — fez esse tipo de postagem!
Marcelo F CARMO
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