O terminal

De repente o ônibus parou

Alguma coisa, circunstância

ou simplesmente o acaso,

pra fora — do buzão —

me empurrou.

Meu bilhete foi anulado,

Permaneço por aqui

Angustiado e desembarcado

Só existe uma nova conexão

No início até tentei

E muitas vezes acreditei

E em alguns itinerários

até embarquei

Infelizmente não fui longe

Poucos quilômetros rodei

Os destinos fé e esperança

Meu bilhete já não alcança

Quando achei que escapei

à dura realidade

e as grandes dificuldades

Me mostraram que voltei

Na verdade

Daqui nunca saí

Apenas me iludi

Essa é à realidade.

Diariamente uns vão

E outros vem

Quem chega tem mais esperança

Pra quem está há mais tempo

A incredulidade só avança

Sigo por aqui

Sem querer adiar

minha hora de embarcar.

Marcelo F Carmo

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