Meus marca páginas são meus amigos nômades em minhas aventuras literárias. Em Dostoiévski, Grande Sertão Veredas e Umberto Eco eles acampam por períodos mais longos; em Machado de Assis, Fernando Pessoa e Rubem Alves, temos tido passagens mais rápidas — mas não menos profundas —; George Orwell, T.S. Eliot e Voltaire tem sido nossas estadias intermediárias. Gostamos também de teatro: Fausto, Shakespeare, Lisbela e o prisioneiro - Osman Lins, Pablo Neruda, Millôr Fernandes, O Auto da da Compadecida - Ariano Suassuna, algumas de nossas aventuras nos clássicos da dramaturgia.
Temos um acordo tácito; avançamos de 15 à 20 páginas por dia, em até cinco obras diferentes, se à atenção não estiver 100% , stop! é mais honroso e produtivo reagendar à aventura, é como se eles me dissessem : “tem problema não cabeção, fico aqui mais uns dias. Pois de nada vale avançar por um território que não se conhece os detalhes cruciais de quem os criou!” Eles têm razão, essa primeira e — muitas vezes — única leitura, se não for bem feita, já era, poucas vezes voltamos à uma obra que já lemos — mesmo que mal lida. Tenho seguido a orientação deles, eles sempre estão mais por dentro do que eu! Nessas circunstâncias da vida, ler é sinônimo de viver, então borá viver com qualidade.
Marcelo F cARMO