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Carta à Marilla

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 9 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de jan. de 2021


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Olá querida Marilla, me perdoe pela intimidade. Vou me apresentar; sou um Irmäo do seu pai nascido de outros pais. Calma! Vamos iniciar esta história do início. Foi em meados de 1995 ou 1996, nesse mesmo ano conheci seu pai e sua mãe — eram cenários bem diferentes —, seu pai cursava o ensino fundamental , sua mãe o ensino médio e eu estava no primeiro ano de faculdade e trabalhando como professor substituto na escola estadual Dorvalino Abílio Teixeira — também estudei o ensino médio lá.

Eram tempos diferentes, seu pai mais disposto aos prazeres da vida — menino inteligente, mas desinteressado —, sua mãe totalmente focada nos estudos — em matemática era um destaque.

Foi só em 2011 que reencontrei seu pai — um encontro decisivo em nossas vidas. Eu já pedalava há alguns anos, tínhamos um grupo que se reunia aos domingos na praça central de Jandira. Num domingo de 2011 seu pai apareceu por lá, nossa reconexão foi imediata, a partir desse reencontro não nos separamos mais. Foram inúmeras aventuras e desventuras, vou lhe contar algumas. De início foi o mountainbike que nos conectou, eu já pedalava, mas sem muita competitividade, seu pai — ansioso e agoniado desde sempre — logo se aventurou entre os tops (assim nomeávamos quem pedalava um pouquinho mais), foi uma ascensão temporária, logo ele ‘bateu lata’ — ele traduzirá este termo do bicicletês pra você — e voltou a pedalar conosco. Depois em 2013 — seu pai já namorava sua mãe, mas acabaram acabando o namoro — nos aventuramos em fazer um trekking na maior montanha situada no estado de São Paulo — Pico dos Marins, na cidade de Piquete —, nossa primeira tentativa foi incrível como aventura e um fracasso como meta, sem nenhuma experiência, não alcançamos o almejado cume. Final de 2013 e início de 2014 subimos à Pedra da Mina — quinta montanha mais alta do país. Novamente Pico dos Marins e dessa vez cume — em 2020 você também subiu esta montanha, calma! você ainda estava na barriga da sua mamãe, seus pais são aventureiros e pra não esquecer, até à Aladinha (cachorrinha da família Geleiadventure) chegou ao cume. Conhecemos o Parque Nacional do Itatiaia — Rio de Janeiro divisa com MInas Gerais — esse lugar é um marco importante em nossas vidas, certeza que ele lhe apresentará esse lugar incrível. No Itatiaia seu pai é especialista, subiu o Pico das Agulhas Negras — o mais alto do parque — com cordas e sem cordas. Arrastamos muitos amigos para o montanhismo e também conhecemos outros tantos.

Nesse período — 2014/2015 — seu pai começou à pensar em sair da casa da mamãe. Comprou o terreno — acredito que vocês moram por aí ainda no momento que você está lendo esta carta — com muita dificuldades, construiu à casa e foi amadurecendo a mente. Papai e mamãe se reencontram — sua mãe havia voltado de uma temporada em Dublin na Irlanda — e o amor resistiu ao tempo e as distâncias. Enfim chegamos até aqui, seus pais se casaram, a vida do tio Marcelo mudou um tantão — mas hoje não quero falar disso, quando você for maior seu papito lhe explica o que houve. Querida Marilla você é muito amada e esperada por todos nós. Seu pai é um cara de uma doçura e companheirismo que faltam palavras pra definir.

Vivemos uma grande expectativa para sua chegada, mas o tio é um tanto precavido, por isso lhe deixo está cartinha pra contar um pouco da nossa história. Um grande beijo Marilla Geleinha, contamos com você pra levar o espírito da ‘Geleiadventure’ pra outros tempos, você entenderá o que essa brincadeira — ‘Geleiadventure’ — significou e significa em nossas curtas e imprevisíveis vidas.


Marcelo F Carmo

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1 comentário


Ilda Ferreira Do Carmo
Ilda Ferreira Do Carmo
10 de jul. de 2020

Muito lindo esse poema para Marília. 🤗🤗🤗💖💖

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