Minha história como escritor começou no ano de 2018, passei a escrever diante das imposições físicas decorrentes do diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica no ano de 2014.
Nasci na cidade de Jandira SP no ano de 1974, o filho do meio da dona Ilda e do seu Geraldo, por aqui namorei e casei com à Cleia — minha primeira namorada — no ano de 1997. Tivemos dois filhos; Guilherme e Marcella. Ingressei na Educação Publica Estadual no ano de 1996 como professor substituto da educação básica enquanto cursava licenciatura em matemática na Universidade Hebraico Renascença, onde me formei no ano de 2001. No ano de 2004 ingressei na administração pública do município de Barueri, mas, ainda, não como professor, ingressei na GCMB — Guarda Civil Municipal de Barueri — experiência profissional que agregou muito em minha vida. Segui na GCMB até julho de 2006, quando através de concurso público fui realocada na Secretaria de Educação como professor de matemática na EMEF Rita de Jesus, tive a honra de lecionar para turmas do EJA — Educação de Jovens e Adultos — uma experiência de crescimento mútuo.
No ano de 2014 seguia lecionando nas duas redes de ensino, mas a vida guardava uma surpresa que mudaria totalmente minha história. Era um ciclista amador que amava demais pedalar, um professor ciclo ativista. Comecei apresentar dificuldades motoras na mão direita, fui buscar respostas na medicina e sai dessa investigação com uma ‘bomba’ na mochila, fui diagnosticado com ELA — esclerose lateral amiotrófica — e ouvi dos especialistas: “às coisas vão piorar e muito!”, rápido ou lentamente ? — esta resposta à medicina não tinha e segue não tendo — e com uma expectativa média de vida de 5 anos. Trabalhei até o ano de 2015 e a partir daí fui afastado e na sequência aposentado por invalidez.
No ano de 2018 já sem poder andar e numa casa com escadas intransponíveis a um cadeirante, diante desse enclausuramento comecei escrever poemas e crônicas no teclado de um smartphone, pois meus braços também já estavam comprometidos, uma forma de desabafar, pois minha voz já dava sinais que não duraria muito. Como esse ex-professor amargurado tornou-se escritor? Passei a postar no Facebook e Instagram meus textos. Em 2020 minha filha fez um blog para postar meus ensaios; marcelocarmo674.wixsite.com/meusite. Neste mesmo ano um amigo do ciclismo — Renato Minone — que já falava comigo através de mídias sociais a respeito dos meus textos teve uma iniciativa que daria um bom filme de amor e solidariedade, selecionou alguns textos do meu blog, escreveu um lindo e generoso prefácio e publicou meu primeiro livro — só soube quando recebi de presente dez exemplares do livro pronto — “Poesias que não escreveria”, foi a partir desse incentivo indescritível que me encorajei a publicar meus textos em livros.
Continuo me adaptando para escrever e falar com o mundo através da literatura, já ultrapassei a expectativa de vida de 5 anos e foi a grande oportunidade de conhecer minha netinha Clarinha e à Marilla filha do meu grande amigo Geleia. E pra não esquecer; a chance de ler poetas brilhantes que não teria lido na pressa de minha vida plena.Vidas que vem e vidas que vão.
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
Fernando Pessoa
Marcelo F cARMO