Não acredito mais na morte
no singular.
Hoje o plural me parece
mais fácil de acreditar.
O meu eu Quincas Berro D’água berra.
Sigo com inúmeras mortes
no currículo.
Morri:
profissionalmente,
socialmente,
politicamente
[...]
Cada dia a mais
é uma chance de morrer
uma vez mais!
Todos os dias têm sido,
à ansiada véspera
da última morte que me cabe.
A vida imita à arte ou à arte imita — ‘descreve’ — a vida?
Valem as duas hipótese!
“Pra todo mundo é assim poeta!”
Nem sempre amado leitor,
expectativas diversas
em vidas diversas.
Morre-se em, quase, todos os mundos, que um dia, se fez presente.
Em alguns vive-se um pouco mais,
enquanto estiver na lembrança
daqueles que te amaram.
Acho que este é o meu amadiano recado.
Marcelo F cARMO