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M- 16

  • Foto do escritor: Marcelo F Carmo
    Marcelo F Carmo
  • 13 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de mai. de 2021


Um armamento produzido desde 1964, teve seu ápice na guerra do Vietnã. O grande sucesso desta arma, não foi sua letalidade fatal — mas sim sua letalidade parcial —, ou seja, aquele que era alvejado, na maioria das vezes, não morria imediatamente, e aí está o trunfo dessa máquina de guerra, um soldado ferido, empenha pelo menos outros dois para ajudá-lo. Um único tiro que tira do combate três oponentes e de quebra traz um abalo mental aos sobreviventes, pois cuidar de quem está morrendo, mostra ser uma tarefa desconcertante, para uma guerra! Estratégia perfeita. Já na cotidiana vida, viver similar ferida, continua sendo dificílimo de ser engolida, literalmente.

Há fuzis M-16 apontados pra nós, circunstâncias impostas pela vida agem de forma semelhante a esse armamento. Fui atingido por um deles, o que me atingiu, supostamente, tinha um silenciador, pois quando percebi os sintomas, já era tarde, não se sabe de onde partiram os disparos. Hoje sou um soldado ferido, tenho sobrevivido, pois parte da minha tropa, me mantém erguido, sei que estou atrapalhando a batalha, não posso lutar e ainda dou trabalho para dois ou três soldados ativos. Sigo entocado na trincheira, torcendo para que, de uma forma ou de outra, simplesmente chegue ao fim para todos os alvejados — inclusive pra mim. Em tempo lembrei da música dos Engenheiros do Havaí: ...

Era um garoto que como eu

Amava os Beatles e os Rolling Stones

Girava o mundo, mas acabou

Fazendo a guerra no Vietnã

Cabelos longos não usa mais

Não toca a sua guitarra, e sim

Um instrumento que sempre dá

A mesma nota, ra-tá-tá-tá

Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá tá

Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá tá

Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá tá

Ratá-tá tá tá

...


Marcelo F Carmo

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