Quando você chegou a vida ainda era normal, não lembro precisamente o ano, tÃnhamos apenas à Lola — uma baixinha que não aceitava dividir amor. Você chegou toda cabeluda e descabelada. Depois de um banho e tosa retornou toda bonitinha, mas ainda muito receiosa. TÃnhamos uma rotina corrida de trabalhos, você e a Lola — depois chegou o Fofo — pela manhã, ficavam presos lá no fundo. Na hora do almoço, quando eu passava por aqui, era a maior festa, ao abrir o portão lá embaixo vocês já entravam em êxtase — você sempre foi mais quietinha —, mas contribuÃa para à farra. Ao abrir à porta que os libertavam, era áquela festa. Uivos, latidos, lambidas, babadas e tudo de bom que vocês dão a nós humanos.
O tempo foi passando e você foi ficando mais à vontade e mais dona do seu espaço. A Lolinha foi adotada por outra famÃlia — estava uma mijona sem controle. Em meados de 2016 à s coisas mudaram os rumos em nossa casa. Perdemos o Fofinho em 2019, as coisas já não estavam bem, e nesse perÃodo de angústia profunda e medo, foi que você — dia após dia — foi ficando mais junto de mim. Sentadinha ao meu lado quando estou lendo ou vendo tv, deitadinha ao meu lado, e até no banheiro — antes das gatas — estava você lá comigo.
Você é a primeira cachorrinha que tenho um relacionamento tão próximo, sei também que não terei outra oportunidade — não dá mais tempo — e também não quero mais. Sei que você tem ciúmes da Zoé — cachorra da Marcella. Ela também é um doce de cachorrinha, mas à rainha do meu coração e mente, é só você BILUzinha.
Marcelo F Carmo